sábado, 17 de maio de 2008

“NÃO QUERO NADA NÃO”

Um pouco de imaginação e você pede “mais uma, por favor”, enche o copo e dá aquele golaço fechando os olhos. Nesse meio tempo, de olhos fechados para abrir, dá para sonhar. Se conversa de alcoólatra, eu pulo, porque a novela da Globo já usa demais o assunto.
É só vontade mesmo de sentar em algum lugar e deixar o tempo passar passando, e tudo é passeio. Conversa de menos, a cabeça pensa demais, e racional ando em excesso, e falta tragédia picada crua nas minhas palavras.
Se critico, sou uma chata, pedante, arrogante – alguém pode elogiar mais, por favor? Se poetizo, morro no inferno doce das utopias. E, quando reclamo em primeira pessoa, me coloco na frente da roda da vida, expondo meu umbigo da bunda para qualquer pontapé errado. E, quem pensa que saio ganindo - ledo engano! - sou cadela safada, que volta e pede mais. Aprendi “de pequena” que tapa – só de amor, hein! – educa e faz crescer.
Eu lá fiquei com as baixinhas e se algo cresceu, foi essa rudeza com o mundo e uma perversão masoquista DO eu PARA o eu. Psicanálise eu faço baratinho, senta aqui do meu lado que eu não fujo, pode chorar sim, eu até gosto, deixa só um “bocadinho” para que eu também possa desfiar os retalhos dos meus fundilhos.
Veja lá, estou quase reclamando...Entenda, estou quase agüentando... Eu sinto é saudades de algo que eu nunca vivi. É esse cheiro estranho desses dias de muito se gostar só. Passa alguém e sinto esse perfume de quem não lembro. Estou intrigada pelo conhecimento do dono cheiroso dessas memórias perdidas. E, sabe, vou confessar que isso ainda me deixa um pouco feliz, quase esperança. E também, conseguir no outro dia acordar e fazer tudo igual sendo que dentro está tão diferente parece uma força. Eu acho que tenho mais fé que pensava.
E parece uma coisa redonda que vai, vai, vai, e caí ali, exatamente no tropeço inicial. O mistério é o suspense de viver. Mas o segredo é besta, como o mordomo ou o Coronel Mostarda, na cozinha, com o candelabro.Esse é tabuleiro e as cartas são marcadas, “vai se acreditando esperta, menina”. Mas eu realmente não estou pensando nada não, são as palavras fugindo e a cerveja esquentando.

Bianca Rosolem

5 comentários:

Anônimo disse...

Belo texto... eu sou um suicida nato e vira e mexe faço morada no doce inferno das utopias. Cerveja quente ou gelada, sempre bom!
Beijos

Bianca Rosolem disse...

Caro EFÊ,

Seja bem-vindo!

Esse é antigo e da época que eu tomava cerveja.
Hoje eu tomo prozac e valium.

Tudo por um mundo melhor.

Bjo*

Bianca Rosolem

Divinius disse...

Bom post.
Sorriso:)

Escrevendo pra esquecer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Escrevendo pra esquecer disse...

Li o primeiro texto e já fiquei cansado de você. Mas depois desse eu me redimi por te apostado tão pouco. Adorei, parece coisa cuspida, cabeça trabalhando mais rápido que as mãos conseguem sintetizar. É sempre bom ler um bom texto, thanks girl!