segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

no sitio da familia

as noites eram sempre muito escuras, lembro somente do cheiro do querosene e da porra dum grilo que não me deixava adormecer. eu pensando no dia, nas pessoas que vira, numa frase ou outra que disse ou escutei, mas o sono só vinha mesmo quando começava a imaginar sacanagens, eu comendo alguém que, na prática, seria quase impossível de se comer - a mulher de um tio, uma prima mais velha, bem mais velha, umas dessas que já sabiam de cor e salteado o ofício de foder. então os olhos iam fechando, os pensamentos se embaralhando e tudo virava amanhã.
nessa época eu falava menos, mas acreditava mais. a existência prometia ser algo sensacional.

r.m.

4 comentários:

maria disse...

essa coisa de imaginar sacanagens sempre funciona pra cair no sono, não é?

Gustavo Martins disse...

eu também tomava desse sonífero quando era moleque; EXATAMENTE desse; depois nunca mais tive ins6onia

Anônimo disse...

Bom te ler de volta broder. Precisamos conversar...

Zezo Maltez

Anônimo disse...

bom sonífero kk

Leo menezes