segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Cidade Fantasma

Toni, Toni, Toni...
Óh, meu Deus!
Óh, meu Deus!
Toni...
Suor. Suor.
Toni debate-se na cama encharcada de suor. Virá-se, encolhe.
Moulin Rouge destruida, ele pensa, sonha. Está sonhando?
Putas.
A cidade destruída, em escombros. Toni, Toni. Alguns centímetros de pernas femininas, logo acima dos joelhos. Louise Joséphine Weber dançando para ele. "La Goulue" , A Gulosa. Veludo. Vermelho encarnado.
Toni, Toni... O corpo em suor, desmanchando-se. Mulheres vasculhando a cidade, entre os escombros. Toni..., elas gritam, chamam. Querendo destruí-lo, aprisioná-lo. Só restaram elas, mais fortes que as baratas. Nenhum homem. Querem destruí-lo. Sede. Amarrar-lhe as mãos, pendurá-lo e açoitá-lo. Toni, Toni. Elas reviram a cidade destruídas, pernas a mostra, como as dançarinas ousadas em seus movimentos de cancã. A cidade destruída. Mais fortes que as baratas. Ele acorda gritando, o corpo encharcado, o coração sobresaltado como que esmagado por cavalos.

Um comentário:

Fábio Reoli disse...

Fodaço os textos que sempre leio por aqui.
Abração