terça-feira, 15 de julho de 2008

Corredor e baratas numa noite insone

Meia noite e exatos dois minutos. No Corredor pouco iluminado, apenas o escritor e uma barata que vaga parecendo não ter rumo. Ela encontra uma fenda entre a parede, um pequeno buraco ou passagem para o que pode ser sua moradia e entra. Desaparece. O escritor retira sua chave do bolso e assim que coloca-a na fechadura encontra um bilhete enfiado embaixo da porta. Ele pega o bilhete e lê. "Gostaria muito de ter o prazer de conhecê-lo. Adoraria que você aceitasse tomar um café comigo. Com carinho, Sueli. Apartamento número 12". Com o bilhete na mão o escritor entra em seu apartamento e some. Desaparece. Fica imaginando quem seria a mulher do apartamento número doze.
Apartamento número 12. Meia noite e trinta minutos.
Sueli revira na cama, fuma e esquece as baratas.
Wiskow

2 comentários:

Anônimo disse...

Pensamentos rastejantes fora de sintonia.
Mais uma da série: textos que gosto pacas de ler...abraços!

Anônimo disse...

emerson wiskow tem uns textos fodas, estilo e lirismo, um lirismo junkie, quase noir, mas bonito para caraleo.
o sujeito é como uma porra dum vulcão que tá dormindo. no dia em que o vulcão se ligar na quantidade de larvas que tem, acho melhor a vila mudar de lugar.